sábado, 25 de setembro de 2010

Retomando o que era demais pra mim.

"Queria ter a delicadeza de quem tem as mãos suaves.
Queria beijar como quem beija com prazer.
Queria sentir o que se sente quando se ama
E ver seus olhos olhando os meus.

Queria ser tão simples.
Queria ser inteiramente mulher.
Queria ter vaidade-moda
Mas isso não me incomoda.
Porque sei como quero ser.

Minha mente se confunde
e já não sabe do que é capaz.
O que eu queria era que alguém pudesse me amar;
porque eu já amo demais."

O fato é que tudo isso é verdade, de verdade.
Tá certo que eu mudaria a última linha, do segundo parágrafo, para: "Porque sei como sou." ou "..como devo ser."
Um pequeno erro, e lá vai o texto todo pro ralo.
Mas não é disso que preciso falar.
Confesso: eu não tenho vaidade mesmo! E não me faz falta. BUT, infelizmente, faz falta pra minha mãe. Porque eu tenho a obrigação de querer ter o que ela não teve. Isso é que me rouba a loucura!

domingo, 5 de setembro de 2010

Meu Pretérito-perfeito-presente

Disseram-na um dia que se encontrava distante, que seu olhar andava longe e que já não era mais a mesma.
Ela tentava disfarçar. Mas talvez estivesse mesmo distante, perdida. Não era em lugar algum, mas em seu próprio conflito interno.
A confusão de sua mente a deixava sem razão. Olhava mas não via, ouvia mas não escutava; falava, mas era uma fala automática.
Zumbia, zunzunzava pela casa.
Tentava enxergar no espelho sua alma, mas era demasiada louca e nada visava além de seus olhos vermelhos e suas pálpebras semi-fechadas arroxeadas; pelo muito tempo que chorou.
Nada havia então de fazer.
Pensou. Chorou. Rezou. Chorou e começou a rezar. Rezou e começou a chorar. Não deixou de pensar e parou por uns instantes.
Colocou-se a possibilidade de uma nova vida. Mas não dá pra esquecer assim das coisas. Fugir era uma boa opção. O medo é que era o maior obstáculo.
Conversou. Tentou chegar a um acordo. Mas se só um lado cede [assim pensava], só um lado tem de sofrer.
Não soube, por fim, escolher.
Antes, brigou. Se fez como quem podia se impor. Fracassou.
Ligou o chuveiro. Deixou que água a tomasse em soluços e catarros. E os nós engasgados que a água não deu conta de levar.
Procurou no silêncio uma resposta, que não vinha.
Deixou-se enlouquecer.
Ligou. Chorou. Lamentou. Pediu desculpas. Se arrependeu. Voltou atrás. Ligou denovo e ficou em dúvida sobre o que iria fazer. Deixou acontecer. Não aconteceu nada; ou ela fingiu que não.
Então ela se acalma, pensa com cuidado e desenvolve uma alternativa. Só uma.
Decide procurar ajuda - não de médico mas - de alguém a quem pertence a mais bela das almas; o mais puro coração que Mariana conheceu. E ela sabe quem é.
Não é padre. Nem pastor. Nem mesmo é Deus, porque nesse ponto já não tem certeza de nada. A verdade é que ela não consegue ouvi-lo.
Pensa mais um pouco.
Formula algumas questões. Simula algumas soluções.
Ela sabe o que tem que fazer-.